Lockdown

Esse era o resumo de mortos do Ceará. Hoje o número aumentou em 52 pessoas. Muitas mortes por perto. Nesses dez dias, vi mãe de funcionário falecer, parentes de vários idem. Ontem a sogra do irmão do meu cunhado partiu e o enterro teve que ser adiado porque há fila no cemitério pra enterrar os corpos.

Muita. Muita gente infectada em Fortaleza.

O presidente da república ontem passeava de jetski e dizia em vídeos que era um estardalhaço. Durante esses dez dias que não escrevo aconteceram algumas coisas. Fui ao sítio com meu pai pra que ele resolvesse as pendências que tem por lá. Tive medo quando voltamos, tive medo de ele ter se infectado, sei lá.

Vi falecer muitos parentes de pessoas próximas. Já não sei quantas vezes eu disse "eu sinto muito".
Desde o dia 5 sinto dor de garganta e dor de cabeça. No início não me preocupei, mas hoje, tive que tomar remédio porque a dor de cabeça tava muito chata e me preocupei se devo sair de casa, já que não sei se eu possa estar infectada.

Durante a semana decidi não me alienar, já que era um caminho que eu estava tendendo a percorrer. Decidi que todos os dias leria o noticiário uma vez no dia pra me manter sabendo o que está acontecendo.

Também comecei a me preocupar por não ter nenhuma operação de venda no Ceará, enquanto no restante do país há venda.

Minha casa segue bagunçada. Sigo sem fazer exercícios. Preciso comprar um varal de roupas porque o meu quebrou, decidi fazer a terapia online. Tenho pensado que até ano que vem não teremos um mundo diferente do que está hoje. Então, comecei a pensar na vida até ano que vem como será.

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