O melhor é o depois

Fernanda Meirelles



Adquiri mais um preconceito nessas férias. Não dá pra fugir deles, infelizmente. Eles chegam de mansinho numa primeira ocorrência, se ratificam numa segunda e se afirmam em definitivo numa terceira.

“Ah, mas cada caso é um caso”. Argumentarão os de múltipla inteligência ou libertinos! Bem, eu sou aqui e agora limitada intelectualmente. Segue o pré-conceito:

VOCÊ JAMAIS CONHECERÁ, DO NADA, ALGUÉM BACANA NUMA BALADA.

(A única ressalva é que essa pessoa seja amigo ou conhecido ou parente ou qualquer coisa de um amigo.)

Se você está com preguiça de pensar sobre isso, e acha que o melhor da vida é ir sendo levado pela vida, de fato, o negócio é não se cansar lendo o resto do post.

Mas se você tá numa fase de não gostar de trocar salivas a toa + está cansado (a) das importunações noturnas dos inadequados + não significa que esteja morto (a), vá pra balada com uma postura diferente. É o que sugiro.

Aprendi com minha irmã que "remédio pra doido é um mais doido com um pau na mão". Pois bem, vamos usar armas distintas pra as enfrentar situações distintas.

Até pra ir na balada exige-se auto conhecimento (rs). Não adianta ir de qualquer jeito. Se sua intenção é “pegar alguém”, mas com qualidade e de forma não-ansiosa, mude a estratégia. Porque balada, estabeleceu-se: é cenário para prospectar o sexo oposto (se essa é a sua preferência).

Tentei de todo jeito encontrar outra definição, mas é isso mesmo, não dá pra fugir. Você vai lá pra agitar, pra interagir, pra sair com os amigos, pra se expor, pra ver gente, pra vender o seu peixe, pra ouvir a música legal da banda. E por mais que - aparentemente - não seja esse o objetivo final, é esse o objetivo final (Freud explica).

Por exemplo, meninas: não ir com roupas chamativas, vestir-se pra você. Não dançar até o chão, mas, o bastante pra manifestar a sua felicidade. (A menos que sua felicidade seja tanta que seja necessário ir até o chão.) Não ir apenas com aquela amiga (serão presa fácil), vá com a turma amigos. Beba sua forma de álcool, mas saiba a medida da sanidade. Enfim, quase uma receita de bolo.

Meninos: um cara que se interessa de verdade por uma garota numa balada, não precisa beijá-la ali (que saco!). Mais que um beijo naquele momento, o número do telefone será uma conquista maior. Porque interesse que é interesse será manifestado à noite na balada e também de dia num café ou almoço ou qualquer coisa numa outra ocasião.

Manifesto aqui o fim ao imediatismo, a volta dos tempos antigos em que “o apressado come cru” e que é mais legal ir “comendo pelas beiradas” e todos os outros provérbios que se apliquem.

Proponho o fim do beija-beija/mata-mata em defesa das relações, quaisquer elas que sejam e durem: de um dia, de uma noite, de uma semana ou de uma vida.

Bem, é isso: se pelo menos uma mínima minoria assim considerasse, acredito que o melhor da balada começaria quando ela terminasse. Até rimou.

Comentários

  1. hehehehe Pois eh.... Cada caso é um caso...
    Eu conheci meu marido numa balada. Num caso de "beija/beija"... rs...

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  2. Salvou-se agora uma alma no purgatório! rsrs

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  3. gostei demais do "está cansado (a) das importunações noturnas dos inadequados"

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