Ou não ? Ou não ! Ou não .



Dá pra ser feliz se acostumando com aquilo que você sabe que não é o que te faz mais feliz?




Dá pra ir levando, levando, sem muito entusiasmo, até no final, concluir que é aquilo mesmo - que sempre te inquietou por não-ser-tão-legal-assim - que te faz bem?




Ou seria essa uma pseudo-felicidade? Que mais cedo ou mais tarde vai puxar o seu lençol de madrugada na cama e não te deixar mais dormir?




Seriam grandes felizardos os homens e mulheres que encontram a pessoa certa para o "para-sempre"? Ou seria balela esse negócio de "pessoa certa" e o que há é resiliência e sobriedade pra suportar (no sentido da palavra suporte) uma vida a dois?




Os parâmetros da felicidade são muito loucos, díspares. De onde podemos tirar que o temos nas mãos, por pior que pareça, não pode te fazer feliz, te manter feliz?




Porque você não pode direcionar seu olhar para encontrar alegria no que você tem, ao invés de murmurar por uma vida toda uma necessidade vã? Que passou do tempo? Que passou da hora!




Confesso que sou dada a outra interpretação das coisas. Sou dadas às grandes paixões, a uma vida palpitante, à poesia, à música em todos os sentidos. Sou dada às verdades, corro das nuances, dos pseudos, corro do que não me excita e nem me faz vibrar.




Mas será sempre assim? Isso é personalidade? Ou seria juventude? Seria a alma adolescente que não quer nunca morrer em mim?




De onde tirar essa resposta pra então seguir?




Deixadas as interrogações, o que se afirma é que, a alma de sexagenária despertada em mim do seu sono profundo, cheia de reumatismos, está querendo me mostrar hoje - espero que apenas hoje - que não há nada que te dê a felicidade plena. E até naquilo que não te faz feliz você pode encontrar uma sobrevivência real e quem sabe, até feliz.




Espero que essa diplomacia com a pasmaceira, essa sutil e efêmera pacividade dure pouco.




Ou não ?


Ou não !


Ou não .

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