Foto de Cadu Primola

Hoje fui num Juizado de Causas Cíveis e Criminais, desses que servem pra você resolver as coisas rápido, quando você se sentir lesado por alguém ou alguma pessoa jurídica. A minha peleja era contra a Oi, clichê.

Encontrei na salinha de espera - até a simpática atendente de crocodilos conseguir colocar os meus documentos e etc no sistema, enfim, registrar a minha queixa - um casal, paulista. Também iam registrar uma queixa.

Chega mais alguém e todo mundo inicia um diálogo sobre a cidade, sobre as dificuldades, sobre aquilo e isso... um diálogo sobre todas as dificuldades que senti na pele quando cheguei. Eles falaram da morosidade das coisas, falaram sobre a ignorância das pessoas, sobre a antipatia (existia um exemplar ali por perto), sobre a vontade coletiva aparente de dificultar a vida de todo mundo que seja de fora ou de dentro da cidade.

Eu ouvia aquilo lá, com preguiça de entrar no diálogo, mas com a cabeça a mil. Pensando que eu tinha todas aquelas opiniões latentes há alguns meses; que eu tinha também uma hitória na fila do supermercado, no posto de gasolina, no estacionamento do shopping. Várias as histórias esquisitas que me faziam dizer aos vários cantos: "só em Maceió se vive essas coisas!".

Bem, alguém lá no diálogo disse: "a gente se acostuma com tudo". É isso mesmo? Se a-cos-tu-ma dessa forma tão conformada? Ou se a-dap-ta? De uma forma mais otimista? Ou faz vista grossa e passa a ver as coisas boas?

Eu ver a minha opinião de ontem, ali, na boca daquelas pessoas, foi engraçado, estranho, nostálgico e reflexivo.

Maceió é mesmo uma cidade esquisitinha.
Eu não fui a única a sofrer o pão que o diabo amassou por aqui.
A gente pode ver as coisas sob outro ângulo.
Não sei bem a receita pra chegar a esse novo ângulo.
De longe, tudo parece mais simples.
De tudo, a coisa é &¨%$#@.

Comentários

Postagens mais visitadas