Viva!!


A gente vive temendo magoar o outro. E por isso a gente não faz o que dá vontade. Não fala o que tem vontade. Racionaliza as emoções o tempo todo. Investiga, mapeia, joga um pouquinho o joguinho do nada-com-coisa-nenhuma. E se blinda.

Ninguém quer nunca ser vilão de ninguém. E por isso deixa também de ser o mocinho. É ambíguo e curioso. Ao tempo que você quer muito amar e fazer feliz, você teme magoar e machucar na mesma proporção e nessa onda de temer uma coisa e outra você acaba sempre errando, seja de uma forma ou de outra.

Você faz mal por falar ou fazer demais, por falar de menos, por falar e por não falar. Por falar daquela forma ou daquela outra. Você sempre está a um triz de fazer mal ao outro. Ou a fazer bem.

O bem está para o mal na mesma medida quando somos dois. Até porque um não existiria se não houvesse o outro. O fato é que queremos muito acertar e continuamos errando nessa ansiedade.

A receita? Se houvesse uma, seria que cada um se fortaleça em si mesmo, que se ame cada vez mais e se compreenda. A melhor forma de compreender o outro é de fato entendendo a si próprio: suas fraquezas, suas fortalezas e seus princípios.

Não há sentença matemática pronta, não há como explicar, prever e tentar evitar. Tudo será o que deve ser. Não haverá espaço pra vilões se você for o mocinho de se próprio. Porque na vida real você tem que de alguma forma viver, não dá pra ficar de longe expectando.

Por vezes será só amor. Por vezes será só dor. Por vezes não será uma coisa nem outra, será só tempo, passando. Vamos viver até o final pra ver no que dá. Se doer e fizer doer, que seja breve. Se amor, que seja intenso.

Comentários

Postagens mais visitadas