Vale a pena ler!


Um novo amigo me mandou HOJE os seus votos de Feliz Natal. E é impossível não publicá-lo.
Só o amor mesmo pra te fazer entregar um cartão de Natal às vésperas do Carnaval.


"Oi,


Amanhã é natal e como sempre, jamais poderia deixar de escrever meus votos e enviá-los àquelas pessoas que considero especiais (curiosamente, a lista diminui com o tempo!). E já que são tão importantes para mim, esqueçamos as formalidades e tratemos do que importa: o amor.
Sim, o amor! Eu, que sempre andei tão descrente desse sentimento que sempre ironizava numa mesa de bar, reconheço hoje toda a minha pequenez frente ao que pode fazer e transformar o amor. Reconheço: é o amor que nos faz manter a máquina funcionando, os sonhos se reproduzindo e alimenta nosso ímpeto diário de tocar a vida.


Acha que não? O que me faz acordar às 5 da manhã, sentar ao computador e escrever isto? O amor. O que faz que encaremos todas as insalubridades do nosso trabalho cotidiano? O amor. O que faz com que abracemos novos desafios, muitas vezes sem muita reflexão? O amor. O que faz com que superemos os desenlaces ao longo da vida ou as ausências naturais que a morte nos impõe? É o amor, ora bolas!


Não falo aqui de uma forma específica de amor. Nem acho se quer razoável pensar ou discutir qual forma de amor é maior ou mais sublime: o amor da mãe é maior do que o amor do pai? O amor de irmão é maior do que o de amigo? O amor dos amigos antigos é maior do que daquele que conhecemos há 2 meses? O amor carnal é maior que o amor fraternal? Nada disso. Tudo isso cansa e é uma baita bobagem. Amor é amor e pronto cacete!


Estou falando desse troço sublime que a priori não se explica muito bem. Penso que o amor é mais fácil de ser percebido a posteriori. Saca só: pense nas escolhas mais decididas e aparentemente irracionais que você, assim como eu, pode ter feito nos últimos anos. Por que as fez? Certamente por amor. Qual deve ter sido o princípio norteador dos últimos sacrifícios que você pode ter feito por alguém? Certamente foi o amor outra vez. Penso que, se você não sabe muito bem o que te levou a decidir por algo quase irrealizável no passado, mas que naquele momento te era tão nítido e claro, creio que você deva considerar aí a variável amor, no mínimo, uma categoria a ser considerada.


Creio que o verbo que mais se coaduna com o amor é acreditar e sabe por quê? Se acreditamos que o que sentimos por outra pessoa é recíproco, isso nos faz apostar alto todas as nossas fichas. Se acreditamos que podemos fazer de algo uma coisa melhor, empreendemos horas e horas de esforço pra fazer aquilo deslanchar. Se acreditamos que alguma medida ou decisão nossa vai render frutos positivos, tomamos. Mas sabe o que é mais curioso no amor? Ele é quixotesco. Nem sempre apostamos todas as fichas na pessoa certa. Nem sempre aquele nosso trabalho homérico vai transformar o mundo. Nem sempre aquele sujeito que julgamos o maior dos amigos pode ser assim por toda a vida. E que bom que tudo isso seja desse jeito e não de outra forma.


O amor também se engana por que ele é humano, demasiadamente humano. Já pensou que chato seria se o amor fosse racional, cartesiano? Que merda a vida seria. Há tempos deixei de ver beleza na linearidade. O classicismo meus amigos é uma droga! Prefiro a beleza que há na irregularidade, no desvio, na falha. O amor é dos sentimentos o mais sublime por que ele acredita que vale à pena. Vale à pena correr o risco e perder todas as fichas. Vale à pena pedir desculpas. Vale à pena tentar. Só por isso, acho que ando mais crente no amor.


Feliz natal e próspero ano novo!"

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