Identidade

Você vai formando a sua identidade e as coisas vão naturalmente se aproximando ou se distanciando. Cada vez menos você saberá ou terá acesso a determinado assunto/coisa se você construiu a imagem de que não combina com você.

Aos poucos, tudo vai se restringindo, em todas as dimensões, e não há caminho de volta. Fico pensando em quanta coisa bacana se perde.

E quanto esforço é necessário quando não parecemos ser aquilo que somos ou queremos ser.

Quem não tem identidade bem formada, como fica?  [Difícil até presentear no amigo secreto do Natal - acaba por ganhar cartão presente de magazine.]

Se eu pudesse agora escolher a imagem que queria pra mim seria a de diversidade, ou se flexibilidade, de permissão ao múltiplo. Creio, com o amadurecimento, pra não se isolar das muitas coisas bacanas que o mundo tem pra te mostrar, o bom seria exercitar a mudança ou se permitir o novo. Aposentar o "eu nao sou pra isso".

Mas quão dispendioso parece ser! E quanto esforço temos que ceder para praticar a empatia.

Quanta intolerância repoduzimos!
Quantas vezes nos fechamos nas escolhas de uma identidade (ou "personalidade") super bem definida ["até que enfim!"] ou encontrada [a custa de muita análise, para alguns]!

É bacana  ter como amigos pessoas de meios diferentes. Pessoas que possam agregar por terem vida bem diferente. Costumam ser os rotulados: a romântica, a liberal, o workholic, a beata, o esquisito, o comunista sujinho, o artista voador, o revolucionário chato, o cético, o antipático, o surfista maconheiro, o palhaço, dentre outros personagens que nos cercam. São exatamente eles que têm muito a agregar.

Contraditoriamente, são eles, tão bem encontrados em suas identidades, que podem te fazer menos "você mesmo".

Vai ver amadurecer não é aprender a dizer não pra o que não combina com você. E sim tentar manter-se em permanente descoberta, exercitando os "sims" ao que, por vezes, parece esquisito.

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