Ai que saudade ...

É impossível não se apegar ao cheiro e jeito das coisas. Por mais difícil que tenha sido se adaptar a elas, será difícil esquecê-las ao partir. Acredito que vai ser sempre assim e eu nunca sei se meu coração é forte o bastante pra sentir esse aperto.

Senti igualzinho indo embora de São Paulo, de Recife, de Fortaleza, agora de Maceió. E tenho a certeza que vou sentir na mesma medida um dia de Salvador. Não há aprendizado pra saudade.

Eu escuto "vou te visitar", "existe internet", "me liga quando vier aqui", "não esquece de mim". Mas na verdade, a tal ingrata experiência diz que o curso das coisas permanece pra quem fica  e se reestabelece pra quem vai. É a boa e velha regeneração, que conta com a tal resiliência.

E o que fica das pessoas em você é um trocinho muito subjetivo, difícil de definir. Talvez seja  aquilo que aquela pessoa te acrescentou. Mas não é só isso.

Por mais que eu seja forte, dizem - "desenrolada" e não me deixe sofrer muito tempo por nada, não sei se minha alma é itinerante assim; se ela absorve bem tudo isso. Ou se ela vai contornando até um dia .. sei lá o quê.

Você aprende rápido a arrumar as malas, acertar a mudança, assinaturas, contratos, cartório, resolver a burocracia e quando você vê nada mais te liga àquele lugar senão o seu coração.

Ao tempo que pareço forte e desprendida, me vejo sozinha, cada vez mais sozinha, por mais que estejam todos comigo.