Ele ganhou um gatinho quando tinha seis anos. E ele viveu anos e anos a sua infância.
E quando ele se foi, ele sentiu a dor mais doída que um adolescente poderia sentir.

Dai alguém lhe apresentou um outro gatinho na rua. E ele se encantou por ele.
E o amou como jamais tinha amado qualquer outro gatinho.
Era um amor mais maduro. Leve. Um amor diferente. Mas era amor.
E quando esse gatinho se foi, ele sentiu a dor mais doída que um adulto poderia sentir.

E podia não querer mais gatinhos. Ou cachorrinhos. Ou passarinhos.
Mas faria o que com os seus dias?
Com o amor que tinha guardado pra dar?
Com o carinho que tinha de cuidar?

Daí ele, sem medo, buscou outro gatinho.
E sabia que quando ele se fosse
Sentiria a dor mais doida que um senhor poderia sentir.

Mas amaria aquele gatinho como jamais amaria outro.
Essa era a parte mais importante.

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