Fio da meada

Hoje, na recepção do salão, presenciei um diálogo de uma mãe com uma filha adulta no viva voz do celular. Como eu perdi minha mãe faz tempo, tudo bem, talvez tenha perdido mesmo algumas referencias....

Sei la, acho que cabe as mães deixarem seus filhos crescerem. E cabe ao filhos crescerem, de-qualquer-jei-to.

Mãe que interfere em relacionamento de filhos adultos, que dá pitaco em tudo, que diz como tem que comer, beber, vestir... Pra mim é um mundo tããoo distante que é estranho compreender ou aceitar. Deveria haver prazo de validade pra determinado tipo de intervenção delas na vida dos seus.

Deveriam assumir papel de consultoras, conselheiras, que são procuradas sempre que necessário. Mas que não interferem assim, gratuitamente, como decisoras das coisas.

Não, eu não estou aqui para apedrejar as mães ou questionar esse amor, inquestionável, que elas sentem. Eu to questionando essa relação de dependência. Acho mesmo é que cabe ao filho largar a barra da saia e saber impor os limites.

Não tenho a menor dúvida de que está neles a medida saudável da intervenção das mães em suas vidas. Mas me questiono se essa nossa geração cheia de gente insegura sabe mesmo pra tomar rédeas das suas próprias vidas.

E aí, quando as mães "passam dos limites", levam a culpa.

Mas, bem, talvez seja mesmo delas a culpa, já que foram elas as responsáveis por prover mais um inseguro no mundo.

Bem, sei la onde está o fio dessa meada, o que sei é que é minimamente ridículo ver um adulto ouvir o passo a passo de como viver, decidir, assumir suas rédeas num telefonema com a mãe, pelo viva voz.

Desliga, e se liga.

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