Bicicleta

Levei um tombo andando de bicicleta, após uns vinte anos sem saber como funciona o tal meio de transporte. E mesmo na ciclovia, que era uma reta, consegui me desequilibrar e cair.

Através do tombo, fiz várias amizades. O garçon do bar que fui quis saber: onde foi? Porque foi? Ta doendo? Quer água pra limpar? A senhorinha que sentou na mesa ao lado ofereceu ir em casa pegar Merthiolate. O casal que chegou depois fez a receita: lave com vinagre, coloque antiseptico em pó e mercúrio cromo. E eu decorei tudo.

Não foi só no bar: no salão, no shopping, enfim. Muitos amigos, muita solidariedade e com certeza muita interpretação "que desastrada!" ou "que excêntrico".

Percebi que levar um tombo de bicicleta não é tao comum quando você tem mais que seis anos de idade. E eu tenho beem mais que isso, estava fora do público alvo.

Mas foi no café que tive o melhor feedback, da Bel, garçonete que me faz a tapioca com queijo quase todo dia:

- Na bicicleta? Não acredito! - e deu uma longa risada. - Vou te dar umas aulas, então! Ando todo dia pra todos os lugares, no meio dos carros e na BR. A Emily (filha dela) desde os seis meses anda comigo na garupa.

Seis meses de vida. E eu, aos trinta, levando tombo. Dá-lhe Emily!

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