Neymar

Bem triste por ele. Aprendi a admirar esse menino recente, principalmente vendo sua postura em campo, querendo tanto esse Hexa. Passei a segui-lo no Instagram e, a cada postagem contagiante, eu compartilhava com os amigos e dizia "cada vez mais admirando esse pivete".
Pois bem, Neymar, David e Julio me fizeram começar a querer ganhar essa famigerada Copa. Porque, de verdade e sinceramente e sem nenhum ceticismo, de que importa um Hexa pra mim? Na minha vida não muda nada. Tenho muita clareza de que a importância disso pra mim é (ou era) nula. Tanto fazia, até observar melhor Neymar e David e Julio César no jogo contra o Chile.
David, um líder, Julio, um gigante, Neymar, um convicto. Passei a respeitar essas pessoas.
A Copa não tem importância pra ninguém como tem pra esses jogadores. É a vida deles. Eles cresceram pra ser campeões em um jogo que nem sempre é justo. Essa é a vida deles, definida em 7 jogos de 90 minutos. E não consigo deixar de fazer paralelos o tempo todo, de cada detalhe. Qual vida nossa é justa? 
A saída do Neymar não me dói pelo Hexa nem por o Neymar ser bonito (oi?), rico ou estar em todas as campanhas publicitárias e jogar na Europa. Pra mim, ele é um personagem da vida real. Um menino, que queria muito realizar um sonho, e, na hora H, não pode competir. Um vestibular que se perde por uma dengue. Um amor pra vida inteira que se perde por um desentendimento. Um trabalho que se ama fazer e se perde por um deslize. Um avião que se perde numa data determinante.
Eu to triste por ele como estaria pelo próximo. Fiquei triste pela minha capacidade de ter empatia pelo outro. Por minha veia sentimentalóide. Por ser menininha mesmo. Ele não merecia, ninguém merece essas "injustiças" dessa tal de vida.
E eu não preciso nem quero lembrar do viaduto de Bh, dos problemas sociais do país, dos gastos da Copa, dos acidentes de trabalho nas construções das Arenas e todo o etc pra tornar a lesão do Neymar importante ou desimportante. Pra mim, esse meu sentimento pela dor do outro é importante e pronto.
O que vi foi um sonho interrompido. E não consigo não me sensibilizar com isso quando vivo todos os dias rodeada de jovens que sequer tem sonhos. O que vi foi um empenho e foco acima da média em busca desse sonho e a maioria dos contemporâneos dele sequer sabem a importância de esforço. O que a gente viu foi um cara usando seu corpo ao máximo, enquanto tantos deixam de ir ao trabalho por qualquer dor de barriga besta.
Ainda por cima, ele tem 22 anos. Ainda por cima, ele vem em público pra agradecer e se mostrar confiante - mesmo que tenha tido que engolir o choro e se fazer de forte. Quantos conseguem engolir o choro e assumir publicamente esse papel de forte?
Ele vai dar a volta por cima como todas as pessoas grandes dão. Não por ser o Neymar, mas por mostrar que é uma pessoa como outra, mas que se diferencia por sua forma de encarar a vida.
O Neymar é um grande ídolo sim. Meu inclusive agora.

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