FIM

Recentemente li o livro FIM da Fernanda Torres. E por mais que o livro percorresse uma historia ampla, o que me marcou foi o início da narrativa, em que, em primeira pessoa, é narrado por um senhor idoso, mostrando as dificuldades de ser idoso, considerando o que a idade traz, desde o caminhar na calçada pela vizinhança até a vida sem amigos, todos já falecidos por um motivo ou outro.
Junta que, no meio das ferias fui ao velório de uma pessoa idosa da minha família. E me vi muito distante desse universo que é a vida de um idoso. Distante por não conviver com ninguém de muita idade, por estar distante da idade e por ausência sequer de uma projeção pessoal sobre esse tempo. As crianças estão sempre por perto, mas a velhice muito distante.
Vivo muito aquém da idéia de como será o fim da vida: Estar sempre com a morte em iminência, depender de outras pessoas, não ter mais as pessoas que faziam parte da sua vida, já que muitos se foram; não ter mais importância como força de trabalho, não ter uma vida social tão intensa, a saúde frágil, enfim.
A velhice me veio como um tempo triste ou como algo totalmente desconhecido. Me passou como um tempo de "acerto de contas", como um tempo de colher os frutos, seja em relação ao cuidado com o corpo, seja em relação ao que você se sentir pleno com tudo o que fez nos demais anos da vida.

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