Galinhas Felizes II

Outro dia eu falava sobre a amiga que só come ovos caipiras porque as galinhas caipiras são mais felizes. Outro dia eu ri dela pensar assim e pagar duas vezes mais caro por seus ovos.

Ontem, dois meses dividindo a feira com ela, abri a geladeira e, num momento quase epifânico, percebi os dois tipos de ovos num mesmo compartimento da geladeira. O ovo da granja era muito maior que o ovo das galinhas felizes do sítio da mãe da Doia, que eu tinha ganhado. Isso porque eu já tinha me rendido a procurar ovos caipiras  mais baratos pra ela. Colocando os dois lado a lado, parecia uma anomalia.

A mãe da Doia cria suas galinhas com amor e tem bastante experiência nisso, afinal, são quase 70 anos vivendo na roça. E criando galinhas. Não! Não seriam as galinhas dela as problemáticas, certamente.

E veio uma enxurrada de coisa na mente:

Quanto de substâncias desconhecidas essa granjas usam pra oferecer ovos enormes?
Vale mesmo a pena pagar menos por esse desconhecido?
Quanto que nos restringimos a conviver com os diferentes?
Com quantos convivemos mas não nos aproximamos verdadeiramente a ponto de aprender com eles? 
Quanto que insistimos em nossas ideias sem respeitar a opinião ou percepção e o tempo de cada um de tirar suas próprias conclusões?
Etc
Etc
Etc

Deixarei de comer ovos de granja. Sem radicalismo, mas não compro mais. Procurarei pessoas como a mãe da Doia, que eu sei que sabe criar galinhas (felizes) que gerarão ovos pequenininhos e seguros.

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