Íntimo

Pedir ajuda é um gesto íntimo.
Receber ajuda é um gesto íntimo. Oferecer ajuda é um gesto íntimo.

Pede quem de fato precisa e confia que, de quem está pedindo, pode receber. Confia que não estará em desvantagem por pedir. Confia que o outro saberá ajudar. Confia e está a vontade com o outro.

Pedir ajuda é também uma forma de aproximação, uma forma de confidência, de dividir um pedacinho da vida com o outro. Não a toa, a gente pede ajuda às pessoas mais amadas ou às mais próximas ou aos quem podemos dever algo pra um futuro ou a quem permitimos que retribua algo que já fizemos por ele um dia.

Receber ajuda é humilde, é permissivo, é uma abertura que se dá de sua vida, suas necessidades. E suas necessidades são o que há de mais íntimo.

Oferecer, pode parecer esnobe, superior, por isso é bom saber a quem oferecer. Melhor que seja a quem te pediria também, sob o risco de ser mal interpretado, parecer invasivo, espaçoso, etc.

Um jogo íntimo, que vai além da solidariedade, da bondade. Um jogo que mostra quem é da sua vida e quem não é. Quem você quer que seja da sua vida e quem você não sabe ao certo.

Uma intimidade trocada, confidenciada, silenciada, celebrada. Viemos ao mundo pra isso, pra sermos íntimos, pra sermos gente, pra nos arriscarmos a dar e pedir ajuda. Pra nos comprometer, dever, pagar, retribuir, trocar, pra incluirmos as pessoas em nossas vidas.

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