OsGemeos

Hoje fui ver a palestra de Gustavo e Otávio. OsGemeos. De tudo o que falaram, sobre a história dos dois, os sonhos, identidade, adversidades, características deles, o traço, a estrutura de trabalho, o processo criativo, enfim, de tudo, o que mais me tocou foi o amor pelo grafite, o respeito e brilho no discurso sobre muros e de como pintar na rua tem sua magia por ser a rua dona dela mesma.

Não com menos atenção, também, falavam orgulhosos das galerias, das obras deles pensadas para expor, que ganharam o mundo todo e que fazem também tanto sucesso.

O mundo do grafite entrando em galeria e a galeria se alimentando do grafite. E as dicotomias se aproximando como se fossem por natureza próximas ou passando ali a ser. Pessoas da arte de rua que nunca haviam ido a uma galeria entrando pra ver e, apreciadores de arte (das galeria) se debruçando sob as cores parados nas calçadas.

Em tempo de dualidades, do rico e do pobre, do bem e do mal, uma pergunta da platéia lhes provocavam a armadilha. Mas não havia pra eles "o" melhor processo, melhor público, melhores obras. Era justamente a possibilidade de não precisar segmentar que já era arte: "a possibilidade de abrir a porta da rua para as galerias e das galerias para a rua". Coisa linda de ouvir! As cores (todas!) da sua arte bem representadas ali.