Tem que... Nada

"Você nao "tem que" nada. Você só precisa parar. Tentar parar. Alguns pensamentos virão e você não tem que organiza-los, anota-los, processa-los. Você não "tem que" nada."

Uma ideia muito simples, mas cheia de ensinamentos. A gente passa uma vida inteira processando o que "tem que" fazer, conquistar, mostrar, reagir, enfim, e alguém te sugere não ter que fazer nada por alguns minutos. Só ficar parado, quietinho, só respirando. E tem aula pra ensinar isso.

Era uma aula de meditação. Na primeira, já me libertei de um monte de conceitos e definições. Eu ja havia lido um tanto sobre meditar. Já conhecia os benefícios, gente que fazia, o que devia ser feito: "para de pensar e presta atenção apenas na respiração". E na aula, uma única frase gera um aprendizado tão grande: para meditar você nao "tem que" nada.
Quantas vezes a gente fica de fato sem "ter que nada"?

Juntei esse ensinamento a um outro, também adquirido numa aula nessa mesma semana. A instrutora falava de como fomos educados a primeiro fazer o dever e só depois o prazer. "E que graça terá essa vida construída com base em uma crença tão massacrante?" Ela perguntava o óbvio.

Que graça tem uma vida tão curta em que se aprende tanto sobre o dever e tão pouco sobre sentir prazer?
O dever, aquele negocinho que não acaba nunca, que tem sempre um outro associado a ele.
E que tempo tem sobrado para as recompensas? Pra comer? Pra sentir? Pra gozar? Pra rir? Pra tudo aquilo que te revigora e dá sentido a nosso tempo aqui na terra?

Comentários

Postagens mais visitadas