Uau! Aquele chefe é um líder!


Fala-se muito em chefia e liderança, a diferença de um pro outro, o quanto o líder é um ser maravilhoso e endeusado e o chefe um vilão endemoniado.

De fato, ser chefe é desafiador. Se atribuirmos a essa palavra às obrigações que o cargo exige, sim! É muito chato ser chefe: metas a bater, normas e ordem a garantir, prestações de contas de entregas, punições a aplicar, responsabilizações em geral, desafios de agenda, tempo corrido. De fato ser chefe é muito chato e é natural que essa figura seja mesmo detestável.

Mas o ideal é que os chefes sejam líderes. E ideal que os líderes ao virarem chefe, não esqueçam que – numa situação normal de empoderamento – foi a capacidade de liderar que os levou até o cargo de chefia, que, em geral, é mais bem remunerado e não é pra todos. Afinal, nem todo mundo nasceu pra ser “o chato”.

Ser líder sem um cargo de chefia é bem gostoso. Você sugere, aconselha, media o grupo, contorna conflitos, interage com todos,  comemora, escuta  os vários pontos de vista, exercita seu poder de empatia, compartilha conhecimentos. É um processo osmótico de respeito ao próximo, de mediação, de conciliação e de vender ideias que sejam importantes para todos. Até aí não há obrigação formal e as ideias a serem vendidas são suas.

Quando o tal líder vira chefe, provavelmente terá que vender ideias da empresa em prol de atingir os resultados que a empresa exige. E nem sempre haverá um bom líder pra lidera-lo que “venda” da melhor forma essas ideias. Muitas vezes ele precisa buscar auto motivação e encontrar sozinho as argumentações, discursos e formas de convencer e motivar sua equipe a fazer o que a empresa quer que seja feito. Antes disso, claro, o chefe/líder precisa ver lógica, propósito e entender se o que se propõe faz sentido pra ele. Porque afinal, ninguém consegue vender nada em que não se acredita.

Vez ou outra o tal chefe se pega justificando que tem que ser feito aquilo “porque sim”, “porque precisamos vender”, “porque precisamos bater metas”. Sintoma claro de que se perdeu o propósito, perdeu-se o brilho, perdeu-se o Líder. Nesse jogo de vender ideias que não são exatamente suas e ser cobrado por uma série de obrigações, por vezes, os comportamentos de liderança se perdem, se confundem, ou mesmo o seu estilo de liderança se descaracteriza. É quando fica só o chefe e se vai o Líder. É quanto fica chato pra ambas as partes: líder e liderado.

Certamente uma das maiores habilidades que um líder precisa ter é o de liderar a si mesmo: suas emoções, limitações, seus pontos fortes e ambições. Aliar a pressão interna e externa por entregar os resultados ao engajamento da equipe - que é quem vai te levar às conquistas, não é tão simples quanto parece.

Ser chefe não é pra todo mundo. Ser um líder num cargo de chefia é pra muito poucos.

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