A realidade, a empatia e outras coisas mais

3o dia de isolamento

Em meio ao incerto, vem me angustiando o volume de conteúdo nas redes sociais, pior, conteúdo de otimismo, de motivação, de "veja o lado bom".
Entendo a necessidade de enxergarmos o lado bom das coisas, de energizar o bem, a cura, mas é aqui que vemos a grande carência das formas virtuais nas relações. As mídias sociais dificultam a empatia, algo que apenas e unicamente o ser humano, em suas relações próximas, em seu contato com o outro, consegue criar.
Como construir uma relação de empatia virtualmente? Não há como! Não há como saber quem são os números de seguidores nesse momento. Entre eles, não dá pra saber quem tem casa, quem tem família, quem adoeceu, quem tá com medo, quem tem depressão, enfim.
E mesmo nesse contexto, os influenciadores seguem influenciando pra um público que em breve não será o mesmo e num modus operanti que em alguns dias não fará mais sentido.
As melhores pessoas para o mundo novo certamente são as que pararam. As que silenciaram um, dois dias. As que buscaram fôlego, organizaram minimamente os sentimentos, aquelas que apertaram os cintos e se levantaram depois do tombo que a realidade nos trouxe.
Quem não fez essa pausa certamente não está na realidade. Não se ateve a ela. Ainda.

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